Escritaria é um verbo. Talvez dois: trazer um autor à cidade e oferecer-lha, toda.
(…)
A Escritaria de 2012 foi, por isso, um repasto rico em “calorias de ternura” — como ao tempo ele nos disse —, que alimentaram sobremaneira os corações de quantos fruíram de tão nutrido repasto literário.
Agradeço a todos os que acreditam neste projeto único no país: aos que nos vivem, aos que nos visitam, aos que nos incentivam, aos que estudam e comunicam conhecimentos sobre os autores, aos penafidelenses pelos sorrisos que nos oferecem ao final de cada edição.
Agradeço, em especial, a António Lobo Antunes por ter aceitado viver a nossa cidade, por ter marcado aqueles dias com a sua presença e as palavras que nos tocaram. Por nos estremecer com poesia dita ao desafio pelas ruelas em obras da cidade histórica, e esculpido na parede como é o parto da sua escrita: “Escrever é um trabalho que se faz por paixão, com muito sacrifício, com muitas olheiras”.
Obrigado!
Alberto Santos
Presidente da Câmara Municipal de Penafiel
In Prefácio
"Se a lusofonia é uma tão polémica utopia, prestável às várias realidades de acordo com a forma de ser entendida, vivida e utilizada, a 1.ª edição do Roça Língua, residência de escrita criativa, parece dar-lhe alguma consistência nas áreas mais interessantes: a cultura e a História. Violenta, doce às vezes, transversal ou desencontrada. (…)
Estes textos aqui reunidos são resultado da demanda feita a estes escritores e artistas para tentarem traduzir em contos, reflexões, as suas impressões (…), que guardo para o leitor descobrir nestas páginas. (…)
Nas suas particularidades e múltiplas identidades, marcadas pela colonização, atuais modelos económicos, despojos do socialismo, a construção da Nação e a perda das Utopias, as difíceis e ricas questões étnicas, os conflitos raciais, as tradições e cultura oral, a vida das ruas e cidades, os sonhos e os amores, estas literaturas de língua portuguesa têm muito de valor documental para conhecer as entrelinhas da História.
Aqui podemos contactar com as mais diversas, tensas, bem-humoradas, eloquentes questões das literaturas e culturas dos países de língua portuguesa, em que os equívocos das falas e dos contextos de cada um podem vir a ser desafios para um entendimento maior."
Marta Lança, in Introdução
(…) Nas ruas e avenidas da cidade de Penafiel, ficou bem patente que uma obra literária não se restringe a um mero texto publicado em formato de livro.
Não existem livros de instrução para exaltar a literatura. Em Penafiel, as pa¬lavras saltam dos livros para a rua e transformam toda a cidade num imenso abraço à obra literária e ao seu autor. (…)
(…) Assim foi também com Lídia Jorge, a quem agradecemos toda a simpatia e todo encanto que trouxe a Penafiel no Outono de 2014.
Antonino de Sousa, Presidente da Câmara Municipal de Penafiel