"Tudo precisa dos nossos cuidados. Quem cuida do ambiente garante que a vida correrá sem prejuízos e assegurará o futuro. Quem cuida das amizades tem o maior tesouro que jamais ninguém pode possuir.
Mas, para isso tudo, é preciso algo muito importante: humildade e simpatia para sabermos escutar e compreender. A simpatia permite-nos sofrer com os outros e também gozar com eles. A humildade permite-nos aprender com a sabedoria dos demais.
O abutre deste conto não tinha qualquer humildade. Era, sim, muito soberbo. E, nomeadamente, era ignorante, porque era vaidoso. Por isso, não podia ter amigos, nem podia aprender o que os outros sabiam. Era rejeitado pelos seus congéneres e não conseguiu suportar a verdade: a visão da própria imagem quando teve ocasião de conhecê-la."
In prefácio de Adela Figueroa Panisse
«A Cana de Bambu não é apenas a narração de uma história infantil bem pensada e condimentada para jogar com o imaginário das crianças. É mais do que isso, porque também interpela os adultos, fazendo-os mergulhar em profundas reflexões sobre os sentimentos que ligam cada um de nós aos seus locais de pertença e de origem.
Trata-se de uma história de viagem no espaço e no tempo ao encontro do encantado mundo das crianças. a autora convida-nos a embarcar numa viagem imaginária rumo às ilhas paradisíacas dos Bijagós, na Guiné-Bissau, à descoberta de estórias de gente com hábitos e costumes ancestrais e de tradições culturais muito vincadas.»
In nota introdutória de Ismael Silla
A Cana de Bambu