Uma trama enquadrada nos problemas comuns da classe média a tentar superar dificuldades.
Estão patentes desafios de projetos construtivos, sustentabilidade e abertura de cooperação entre entidades autárquicas, de saúde comunitária e educação escolar, num zoom do interior alentejano. A narrativa é atravessada pelo enigma do desaparecimento de uma orfeonista numa digressão a países da América do Sul, regressada anos depois, graças ao seu filho ter vindo estudar Ciências Farmacêuticas para Lisboa e apostar continuar em Portugal. É notado o esforço de adaptação de Flor ao trabalho e retoma da fonética e expressão linguística, após anos de uma vida tão longe e diferente. A dada altura, desvendar o mistério de sua mãe torna-se o objetivo de Alberto que procura ajuda através de Rodrigo, antigo orfeonista que viveu o drama e agora o revive com todas as memórias e desmemórias…
«Este título baseia-se no facto de os textos aqui incluídos serem ecfrases, conjunto artístico que, tendo origem remota na Grécia, na retórica do historiador e crítico literário Dioniso de Halicarnasso, (séc. I a. C.), continua a suscitar grande interesse por todos os que apreciam arte - na sua forma pictórica e literária. Numa análise mais detalhada, verifica-se que, partindo do significado inicial de descrição, o termo ecfrase tem vindo a sofrer vários cambiantes ao longo do tempo, sempre designando estratégias discursivas que, embora em permanente renovação, mantêm o significado original de descrição literária de uma arte, em particular de uma arte visual.»
In prefácio de Maria Celeste Sousa Alves
«É na procura de novas linguagens onde a poesia da vida se encontra com as cores que dão formas, muitas vezes puras abstrações, a interpretações compostas por sentimentos vividos e leituras vivenciadas pela própria vida. É assim que a autora desta exposição nos convida a entrar no seu mundo encantado, onde sonhos da infância inocente se completam com a riqueza da ciência e da investigação científica que fizeram parte da construção da sua pessoa. São pinceladas rígidas, onde combinações de cores vão definindo estados de alma poéticos, muitas vezes revela - dores de recordações de tempos idos, onde a criança se confronta com a pessoa adulta.»
In posfácio de José Manuel Tedim