“EU SEI, Maria Stingl, que a nudez hoje é um elemento muito explorado, porque ao contrário do que se pensa somos preconceituosos com o nu.
Recordo A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER e o exercício do espelho de uma das suas personagens, enquanto leio e releio este livro. JE SAIS é feito com o corpo e com o olhar e causa rebuliço.
Não nascemos (os humanos) com roupas. Nascemos revestidos com a pele, que em experiência cultural e não biológica não serve de véu, aquele que nos foi posto naturalmente sobre o corpo.
Mas estar nu pode ser descobrir a pele, essa que alguém pode olhar quebrando a privacidade e a necessidade de exposição.
Maria Stingl fala-nos ou escreve-nos sobre olhar o nu: um olhar que inspeciona, que busca algo sob a roupa: observar a partir de insinuações e imaginar a arte em ficar com roupa e fazer o observador imaginar o corpo nu.
Há uma pele por debaixo da roupa... e sim, nós sabemos, EU SEI.”
Avelina Ferraz