Observando a importância das discretas raízes para a sobrevivência das árvores, podem encontrar-se paralelismos relativamente à sua relevância para a nossa identidade. Os poemas que integram este livro alimentam-se de entrelaçadas raízes que nos constroem através da ligação a territórios, na matriz da terra, da intrínseca relação com os traços do tempo ou dos tempos que nos vão marcando ao longo do caminho e através do papel das efabulações, recortes imaginários de interpelações várias. Por isso (e para além disso), há um brevíssimo poema que questiona:
«Se destruíres raízes
- Diz-me:
O que resta?»
Nasceu em Luanda, em 1965. É socióloga. O ISCTE.IUL foi a sua Universidade de formação, onde se licenciou e efetuou o mestrado, com a tese “Construção social de identidades juvenis, em contexto de exclusão social”, em (1996), e onde também foi professora. Tem vários artigos publicados e coautorias em livros resultantes de investigações nos quais participou enquanto investigadora do DINÂMIA-CET. Trabalha atualmente no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Alguns dos seus poemas têm sido publicados em Antologias. O último dos quais, “Interpelações do medo”, em outubro 2022.