As confidências, os desabafos, as pequenas histórias de cinco mulheres que embora partilhando um tempo e um espaço comum, apresentam sensibilidades, olhares e emoções diferentes face às peripécias da vida. (…)
More info →Tony Tcheka é um dos principais escritores da Lusofonia.
Este seu novo livro, composto por 4 contos, Pekadur di Sambasabi, Manito o Patriota, Camarada Melhor Amanhã e Excisadas na Flor da Idade, é um verdadeiro contributo para o acervo da História, da Cultura e da Língua Portuguesa.
Assistimos, durante a leitura, a um entrelaçamento de culturas; aprendemos com os dialetos, as lendas, as tradi-ções e os costumes, desta narrativa histórica contada, que nos adverte para o quanto é necessário “pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro”, tal como Hérodoto visionou.
Tony Tcheka é um profundo conhecedor da História e das estórias de homens e mulheres que sendo escravos da sua identidade, se tornam vítimas fáceis da ignorância, do medo e da ganância.
Como se fosse pouco, confere aos seus textos um embelezamento semântico e sintático, numa requintada criação literária.
Nota da Editora
Este livro resulta do Concurso Bolsas Criar Lusofonia, promovido pelo Centro Nacional de Cultura, com apoio do Ministério da Cultura/Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas de Portugal.
More info →Nandinho é uma criança que parte com os pais, da sua amada Guiné, em busca de uma vida melhor. No entanto, depressa se depara com circunstâncias adversas que o afastam da família e o encaminham para uma instituição de caridade, na qual vai crescer.
Quando toda a esperança parece ruir, eis que descobre que o destino colocou diante de si pessoas que são verdadeiros anjos sem asas, sábios e bondosos.
É graças a elas, mas sobretudo à sua persistência, coragem e força interior, que Nandinho se mostra capaz de enfrentar e superar as maiores dificuldades.
Ao longo do atribulado percurso, transforma-se num jovem que vai deixar a sua marca no mundo, representando o que de melhor o ser humano pode fazer florescer dentro de si, apesar das pesadas provas com que a vida o pode desafiar.
Esta é uma singela história de superação e coragem que nos leva a repensar na condição humana, que é comum a todos e a todos nivela de igual modo.
Só o amor e a tolerância nos podem salvar, na difícil travessia que todos empreendemos no mar da vida, construindo pontes e desconstruindo muros inúteis e absurdos de discórdia e de preconceito.
More info →Esta obra, finalmente descensurada, serve-se da paródia para alcançar um nobre e antigo propósito: o de “castigar os costumes pelo riso”.
More info →Dizem que são os loucos que falam sozinhos. Mas como de médico e de louco todos temos um pouco, talvez quem fale consigo mesmo seja um louco à procura de cura. Às vezes apenas à procura de sentido, um sentido para a vida, para a sua vida. Um sentido que nem sempre se encontra, ou talvez no fim dela, quando menos se espera, tudo faça sentido, sim.
O Homem que aqui vos fala, é um homem inocente, solitário, porque o percurso de to-dos nós, quando buscamos o sentido que a vida tem, é sempre feito sozinho.
«Mais um livro em que a autora de Bô Tendê? (1991) – um seminal livro sobre o mesticismo insular (sim, com e, eventualmente para celebrar o que se pode considerar uma mística mestiçagem ou um misticismo mestiço) – deixa impressa o seu idioleto poético: uma poética feita de mineração da palavra, mas em conjugação com a estética do sensorial, de que resulta um discurso em que prevalece a sua sensibilidade pessoal na relação com o mundo insular. Essa sensibilidade ancora-se na memória sensorial, a que a autora (poetisa e ficcionista) nos habitou, desde títulos que nos remetem para os sentidos: visão (No País do Tchiloli ou O Cruzeiro do Sul), audição (Bô Tendê? ou Quebra-Mar), olfato (Pé-de-Perfume ou Aromas de Cajamanga), tato (Pingos de Chuva ou À Sombra do Oká) e paladar (Chá do Príncipe e Um Grão de Café), enquanto este último, Chão de Canela – um coletânea de dezassete narrativas em diálogo com poemas de livros anteriores, a convocar a historicidade do percurso da escritora) – parece ser a síntese sinestésica dessa ontologia do subjectivo na obra de Olinda Beja.»
Inocência Mata (FLUL/CEComp)
More info →Colectânea de textos de um dos maiores autores madeirenses, que dá nome a um prémio literário e a uma casa-museu, e que viu recentemente o seu busto ser descerrado no Funchal. O autor conviveu com Agustina Bessa Luís e Aquilino Ribeiro, entre outros. A obra tem prefácio do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.
More info →Esta obra é composta por dois contos, Tesouro e Contrato.
No primeiro conto o leitor pode acompanhar um episódio da vida de um agricultor, que não esquece a riqueza e o apelo da terra cultivada.
No segundo conto o leitor pode acompanhar um episódio da vida de uma investigadora, que deixará de trabalhar na biblioteca devido a uma série de situações que não controla.
A Cor Azul é uma obra que parece parte de uma espécie de tabela na qual a tranquilidade e a tristeza surgem representadas pela mesma cor.
More info →«(...) Lido o conto, compreendo, passados estes anos de desencontros, a reiterada insistência do Waldir, no nosso último encontro em Lisboa, em regressar à sua Guiné Bissau. «O Jardim da Celeste» é, provavelmente, o seu grande canto de amor à Guiné Bissau.
Um começo soberbo, portentoso, sublime (...): ‘’O céu revolvia-se numa fúria estrondosa. O som dilacerante dos relâmpagos engoliu todos os ruídos comuns. De repente, a penumbra ensombrou a tarde que despertava solarenga. Uma enxurrada de flores de cores diversas desaguava intrepidamente pela avenida Amílcar Cabral, uma das principais artérias da capital, inundando a cidade.’’
Imagino uma capital africana com os seus endémicos problemas de saneamento urbano, infraestruturas degradadas, rede elétrica deficitária, trânsito caótico, pobreza exposta em centenas de vendedores ambulantes fintando a fome ao preço de quinhentas ganhas sob um inclemente sol tropical, o trágico destino de jovens sem emprego e futuro, perambulando pelas ruas, a desfaçatez dos sátrapas ostentando luxo na miséria, os políticos com discursos desconexos, as igrejas e seitas nascendo como cogumelos, assistir, incrédula, a uma interminável torrente de flores inundando a cidade. Uma chuva de flores, um dilúvio de matizes, pétalas de cores inimagináveis cobrindo casas de todos os tipos, bairros, ruas, mercados, águas estagnadas, lixeiras e os modorrentos edifícios do poder. (...) Por isso, arrisco-me a adiantar que o regresso do Waldir Araújo à terra natal, ao seu chão, à ancestralidade que o sustem, foi fundamental no desenredar das lianas obturadoras do seu impulso criativo. Com este conto, Waldir Araújo reencaminha o seu talento para aquilo que ele sabe fazer como ninguém: contar histórias.»
Ungulani Ba Ka Khosa
(escritor moçambicano)
"Se a lusofonia é uma tão polémica utopia, prestável às várias realidades de acordo com a forma de ser entendida, vivida e utilizada, a 1.ª edição do Roça Língua, residência de escrita criativa, parece dar-lhe alguma consistência nas áreas mais interessantes: a cultura e a História. Violenta, doce às vezes, transversal ou desencontrada. (…)
Estes textos aqui reunidos são resultado da demanda feita a estes escritores e artistas para tentarem traduzir em contos, reflexões, as suas impressões (…), que guardo para o leitor descobrir nestas páginas. (…)
Nas suas particularidades e múltiplas identidades, marcadas pela colonização, atuais modelos económicos, despojos do socialismo, a construção da Nação e a perda das Utopias, as difíceis e ricas questões étnicas, os conflitos raciais, as tradições e cultura oral, a vida das ruas e cidades, os sonhos e os amores, estas literaturas de língua portuguesa têm muito de valor documental para conhecer as entrelinhas da História.
Aqui podemos contactar com as mais diversas, tensas, bem-humoradas, eloquentes questões das literaturas e culturas dos países de língua portuguesa, em que os equívocos das falas e dos contextos de cada um podem vir a ser desafios para um entendimento maior."
Marta Lança, in Introdução