A cidade dos sonhos" perdidos conta a história de uma família até à sua extinção. A narrativa decorre no Porto do séc. XX. Não se trata, contudo, de um romance documental, mas antes de um retrato intimista da vida portuense, numa perspetiva sobretudo feminina.
More info →Uma misteriosa mulher encontrada inconsciente numa rua de Bombai. O dia a dia de uma família real indiana. Uma inquietante viagem por Goa. A luxuosa vida de uma princesa indiana em Londres. Um amigo inusitado (e conhecido por todos) com quem a princesa tem as mais íntimas confissões. As certezas de um casamento seguro e tranquilo abaladas por uma paixão inesperada que a princesa não sabe explicar nem controlar. Reencontros, dúvidas, angústias e revelações na vila de Sintra.
Numa escrita marcada pela fantasia, paixão, beleza e exotismo, a autora aborda temas como a globalização, as disparidades entre a pobreza e a riqueza, o nosso papel na sociedade, o amor e a paixão.
«Yvete, a adolescente mais bonita da sua terra, nasceu no seio de uma família muito pobre, trabalhando diariamente com uma enxada na mão, de sol a sol, para contribuir para o sus¬tento da sua família. Desde muito jovem era assaltada por premonições que na maioria das vezes acabavam por realizar-se.
Henrique era filho de uma das famílias mais ilustres do seu concelho. Henrique e Ivete apaixonam-se.
Apesar de revoltada por os pais de Henrique lhe terem oferecido dinheiro para deixar de namorar com o filho, e de Henrique a ter enviado para um convento para que pudesse instruir-se e aprender a conviver com pessoas da alta sociedade, ela não desistiu do casamento.
Quando Henrique informou os pais do seu casamento com Ivete, eles expulsam-no de casa e Celeste, a sua ama, acompanha-o. O amor filial que os unia era recíproco e incondicional.
Henrique e Celeste acabam por ser adotados pelo prior Albano e pela sua família.
Devido à deceção e ao pesadelo em que o seu casamento se transforma, quando o seu filho, Afonso Dinis, nasce, Henrique dedica-se de corpo e alma à sua educação e ao seu crescimento.
Os anos passam, Afonso Dinis apaixona-se por Clarinha, ela engravida e no dia do casamento, Afonso Dinis e Ivete acabam por sofrer um acidente de viação, falecendo.
Com o passar dos anos, a convivência e a admiração entre Henrique e Clarinha transforma-se numa bonita estória de amor, que é abençoada com três filhos: Pedro Miguel, Carlos Dinis e Celeste Maria.»
In Contracapa Premonições Acertadas
More info →O romance São Flores de Amor, os Cravos de Abril faz um percurso geopolítico e social pelo Portugal do pós-revolução, com memórias da guerra do ultramar, das antigas colónias e dos últimos anos do estado novo.
Este livro, conta a conturbada e inquietante história de Paulo, um capitão de abril e de Clara, uma psicóloga, entre os anos de 1972 e 2017. A narrativa desenvolve-se à medida que se desenrolam no país fenómenos como a clandestinidade, a ação da polícia política, o verão quente de 75 e as ações de dinamização cultural do MFA, no nordeste transmontano.
Algumas memórias de Paulo são reveladas no consultório de Clara, a psicóloga que salvou a vida de Mariana, sua mulher, na sequência de uma tentativa de suicídio. A realidade das perturbações do stress pós-traumático de guerra são o pretexto que o levam até Clara, uma mulher sedutora e enigmática, mais nova do que ele e por quem se sente perigosamente atraído.
Na verdade, os dois vivem uma estória de amor, pontuada de encontros e desencontros, numa súbita espiral de sensualidade e volúpia. A invulgar e intensa paixão que os assola, permanentemente alvo de perplexidades e equívocos, recria-se quando, um dia, Clara é, inesperadamente, confrontada com uma poderosa revelação. Com efeito, a psicóloga, quando fazia arrumações no seu consultório, descobre uma folha de papel ocultada no seu livro da terceira classe, que desvenda esse misterioso enigma.
Esta é também uma estória de fé e de esperança, onde a ética e a humanidade dos personagens, divididos entre o determinismo da vida e o livre arbítrio das decisões, emerge sempre, mesmo nos momentos mais tumultuosos e sombrios da vida.
More info →Desse Pagodal-K-Y-Tays South há muito que a inteligência emigrou dos alfobres onde germinam as decisões. Ao poder chegou a ralé. A ralezada.
More info →Nesta narrativa, de carácter marcadamente histórico, poder-se-ão identificar três elementos fundamentais, intrinsecamente articulados ao longo do respetivo enredo.
Desde logo, ter-se-á que destacar o Porto, porquanto cidade em constante transforma-ção e protagonista de alguns dos episódios mais marcantes da história de Portugal, aqui oportunamente evocados.
Também o atual Largo dos Lóios – antiga Praça de Santo Elói – é merecedor de especial relevância. O mesmo constitui, para muitos, um dos locais mais emblemáti-cos da cidade invicta, tendo beneficiado, ao longo dos séculos, do facto de se situar numa área privilegiada do tecido urbano, permitindo-lhe testemunhar – e, natural-mente, refletir – as distintas realidades política, social e económica aqui vividas em diferentes épocas.
Uma casa, em particular, bem como aqueles que nela habitam, assumem também, por sua vez, uma importância singular nesta narrativa. Com efeito, no número quinze do Largo dos Lóios, definem-se sucessivas vivências quotidianas, moldadas, sem sur-presa, pelos diferentes ritmos e transformações que, gradualmente, são impostos à própria cidade.
Os factos e acontecimentos aqui descritos são, na sua essência, reais. Alguns deles, porventura, poderão ser tão-somente verosímeis.
A Casa dos Lóios existe, verdadeiramente. Tendo sido projetada em 1840, seria edificada pouco tempo depois, expondo-se aos olhos de todos, orgulhosamente, a partir desse momento. Assumiu a condição de verdadeiro lar, tendo acolhido, durante décadas, uma família tradicional burguesa de “portuenses de gema”. Um reduzido número de outros residentes e, sobretudo, um amplo leque de visitas da casa, mais ou menos habituais, tornariam particularmente animadas as rotinas aqui estabelecidas.
«A Cigana de Olhos Negros é um romance ficcionado, que teve por base factos reais, passados em finais do século XIX e princípios do século XX, com epicentro nas regiões de Lisboa, Algarve e, sobretudo, na maravilhosa região da Gândara, onde ainda hoje vivem alguns familiares das personagens que deram origem a esta história.
De lembrar que este romance tem como personagem principal uma cigana nómada, que o Autor pensa ter vivido na região da Gândara, a qual, com o decorrer do tempo, acabaria por se tornar numa figura grata e muito respeitada em toda a região gandaresa.»
In contracapa A Cigana de Olhos Negros
More info →A autora, em tempo de comemoração dos 50 anos do 25 de abril, dedica este livro a todos aqueles a quem arrancaram o Tempo e a Voz.
Aos jovens a quem ofereceram Tempo e Voz.
Aos netos que, neste tempo, ganharam o direito a ter Voz, a escolher e a Votar.
«Abriu o livro acabado de chegar da editora, um lampejo de alegria na negritude do dia, e olhou a capa verde com letras brancas onde, de entre o Vota, Vota, se lia o título: Tempos e Vozes. Era um livro pequeno para que os jovens menos entusiasmados pela leitura não perdessem a coragem de folhear aquelas páginas que escrevera para eles.»
In contracapa Tempos e Vozes
More info →Estado da Ibéria. Cidade Tetris, ano 76 depois do apocalipse. (2106 DC) O romance retrata uma história entre seis habitantes de um prédio, numa cidade e num tempo de recuperação social.
More info →Emílio cresce em Lisboa entre um pai ausente e o sonho de ser realizador de cinema. O cinema e a televisão são o seu escape para o mundo do sonho. Emílio vê a sua vida em paralelo com os filmes que o libertam.
More info →"Ai se as paredes falassem…", ouvimos dizer... E foi desta ideia que nasceu este projeto.
«Nesta obra, com onze capítulos, a autora regista a memória afetiva, do que lhe foi mais relevante, servindo-se dela como ponto de partida para a criação de personagens e estórias ficcionais.
Dá voz, emoções e memória a Uma Casa Grande de uma aldeia encrustada entre Portugal e Espanha, em Trás-os-Montes, berço dos seus afetos e da sua matriz identitária; um território, durante muitos séculos, isolado do resto do país e do mundo, onde, talvez, por isso mesmo, tantas tradições ancestrais foram tão bem preservadas e cuja memória escrita imortalizará.
Carla Guerreiro homenageia, com este livro, a resiliência dos trasmontanos, particularmente a dos habitantes das aldeias do concelho de Freixo-de-Espada-à Cinta, que desafiando o custo do isolamento e da interioridade se recusam a partir.»
In contracapa Memórias da Casa Grande
More info →O Planeta Terra está em estado de total desumanização. o mundo encontra-se sob o domínio de governantes, entregues a interesses vis e apenas empenhados em conduzir a humanidade à perda de espírito crítico, de ímpeto de mudança e da capacidade de reflexão.
Desse pântano lodoso, mecanizado e desprovido de compaixão, emerge uma jovem fora dos padrões normais, com um dom especial... Cristal.
Entidades espirituais, representadas por Sete Seres de Luz, aliam-se a Cristal e a um grupo de resistentes, de modo a ajudar o planeta a recuperar a própria essência da humanidade. Cristal apaixona-se por um dos Sete Seres de Luz, Daniel (...).
Trata-se de um amor espiritual, para lá dos apegos e instintos terrestres, um amor incondicional, capaz de enfrentar e desafiar todos os entraves e obstáculos, humanos e divinos, terrenos e celestiais.
Será esse amor tão forte que, num mundo em colapso, permita a sobrevivência de uma relação entre um ser humano e um espírito superior?
More info →Durante séculos de existência da ordem franciscana e à semelhança do que tem acontecido no seio de outras ordens religiosas, alguns monges tiveram a sua querela com o olhar de uma femina pecadora.
More info →Beatriz é vítima de um acidente grave que torna a sua vida num improvável carrossel de emoções. É-lhe diagnosticada uma síndrome rara que a obriga a passar largos meses no hospital.
O que parecia um acidente por obra do acaso torna-se num mistério que terá de ser deslindado pela polícia.
«Quero contar a alguém sobre ela, sobre ter havido criatura tão doce quanto Sofia e falar dos cabelos dela, quando dançavam na minha frente e eu sorria. Muitas vezes, não me podia conter, então batia palmas, maravilhado, só porque Sofia se mexeu. Numa noite, ficámos, eu e ela, a bater palmas um para o outro. Eu, porque ela se movia. Ela, porque eu batia palmas e Sofia batia palmas porque não entendia e adorava não entender nada. Contar isso às pessoas é ficar ainda mais distante dela e dos cabelos bailarinos. Fico a pensar se vale mesmo a pena. Qualquer dia conto isso. Invento outra metade. Amenizo umas partes. Oculto outras. Quero Sofia para mim.(…)»
Sidney Rocha
In contracapa Sofia
Será que se sobrevive à perda de um grande amor? Clara teria respondido: não se sobrevive!
«O mundo está em convulsão e a vida de cada um pode mudar, inesperadamente, a qualquer instante. Paulo, um Capitão de Abril, e Clara, uma psicóloga, progressista e culta, que há muito se enredam na beleza da sedução mútua, vivem uma estória pontuada de encontros e desencontros. Agora, em finais de 2023, aproxima-se a hora da quinquagésima madrugada de abril, que ambos decidem finalmente viver juntos. Clara sempre se sentira incompleta sem Paulo; assim como ele, que simplesmente não sabia viver sem ela. Cada desencontro, cada desunião trazia sempre o inevitável regresso de Paulo para junto da mulher que amava. Mas um dia, um mal-entendido, faz com que Paulo a veja partir… talvez para sempre.»
In Cinquenta Noites de Abril
As confidências, os desabafos, as pequenas histórias de cinco mulheres que embora partilhando um tempo e um espaço comum, apresentam sensibilidades, olhares e emoções diferentes face às peripécias da vida. (…)
More info →A Loba não tem culpa do que se passa fora do seu habitat. Só foi “para aqui chamada” porque lhe invadiram o território. Ademais, na verdade, se a Loba foi enterrada ou não, ninguém sabe!...
More info →Desde que nasce, toda a pessoa segue um caminho. Este pode ser linear, labiríntico, cheio de curvas, esburacado, largo, estreito, sobre precipícios ou sem saída. Idalécio vai percorrendo diversos caminhos: os que lhe apontam e os que escolhe.
O que outros decidem por ele e as decisões que toma marcam-lhe o futuro, definem a sua vida e a dos que com ele se intersetam.
Nos trilhos por onde passa, ao cruzar-se com os outros, Idalécio mostra o que eles são, o que ele é, e como se organiza a sociedade onde vive.
More info →«A notícia da tomada de um navio, em Janeiro de 1961 desperta nos homens daquela aldeia remota um sentimento de curiosidade e de algum temor, que os faz ir até à taberna, noite após noite, escutar com desmedida atenção as noticias da Emissora Nacional.
Sebastião Profeta faz apenas alguns comentários enigmáticos que despertam nos vizinhos maior desconfiança e algum medo. O uso certeiro das palavras, apesar de algumas fugirem à compreensão dessa gente simples, fá-los acreditar que o barbeiro terá certos poderes ocultos, mas ele, cioso dos ensinamentos herdados do avô, nem sempre lhes abre o jogo.
Zé Gato, o bufo, é quem mais se exaspera por quase nunca entender onde Sebastião Profeta quer chegar com aquelas palavras estranhas, mas tem a certeza de se tratar de ditos contra o Regime. Numa terra onde nada de extraordinário acontece, alguns factos vão marcar para sempre a vida daquela pequena comunidade rural. Ainda hoje prevalecem na memória dos mais velhos essas recordações: o grupo de jovens turistas alemães, sobretudo das raparigas tão bonitas e tão pouco vestidas; a chegada do casal de lisboetas acompanhados da governanta estrangeira; a família brasileira que ali veio passar uma temporada, mas sobretudo as cantorias no terraço da casa grande e até aquelas vozes tão alegres dos brasileiros a acompanharem à missa.
Luizinho Profeta, filho de Sebastião, apaixona-se pela filha da brasileira desquitada, e, terminada a missão na guerra do Ultramar, ruma ao Brasil onde com perseverança acaba por construir um pequeno império.
Tinham passado trinta anos até voltar à sua terra e, ao ver os pais, dois velhos a caminharem inexoravelmente para o fim da vida, fê-lo tomar uma decisão. Ao longo da narrativa, os personagens que a habitam vão revelando segredos que durante muitos anos tinham guardado a sete chaves. Afinal, talvez fosse verdade Sebastião Profeta ter certos poderes ocultos…»
In contracapa O Segredo
Romance luminoso que nos transporta para as relações entre as diversas religiões e entre estas e o jornalismo. Pleno de mistério e de suspense, este livro enquadra-se no estilo desta autora que, tendo já dois livros editados, se começa a afirmar com uma escrita espirituosa e afectiva. O livro conta com um prefácio do Sheikh Munir, Imã da Mesquita de Lisboa.
More info →António Pereira, o oitavo de onze irmãos, nasceu no seio de uma família que, além de numerosa, era muito pobre.
Maria Felizarda era a filha mais velha da distinta família Peres de Vasconcelos, uma das famílias com mais pergaminhos em todo o concelho.
Quando os dois jovens se apaixonam, tendo consciência de que com o emprego que António tinha não conseguiria manter o nível de vida a que a sua amada estava habituada, resolve emigrar para o Congo Belga ou Zaire, ficando a trabalhar numa empresa de construção rodoviária, no Interior.
“De que maleita padecia o Homem? À medida que envelhecia,
diminuía.”
Em “O homem que diminuía”, o protagonista, acabado
de transitar para a vida adulta, vê-se a diminuir. Pesava‑
-lhe a perda do Irmão e a rotina dum trabalho alegórico
ao comunismo soviético. Curvava-o o barulho que crescia
dentro de si, mas que nunca ouvia. E apesar de sempre
conectado, o Homem estava desligado. Porquê Homem?
Porque cómodo, pelo menos o Homem sabia o que fazer.
Porque distraído, pelo menos o Homem não se questionava.
Assim, lá ia o Homem diminuindo, até que, certa
manhã, dera consigo no mais pequeno dos anões. E de
tão pequeno que estava só lhe sobrava espaço para o
que realmente importava.
«Jacob e Beatriz é uma biografia romanceada, baseada na vida de um homem e de uma mulher que iniciaram a sua vida de uma forma miserável, mas que atingiram um nível económico e cultural nunca imaginável.
A vida de Jacob com Beatriz durou mais de seis dezenas de anos, seis dezenas de maravilhosas lembranças, onde durante os quais nunca deixaram de transmitir um ao outro, e aos seus adorados filhos e queridos netos, o grande amor que lhes ia na alma, a alavanca para uma vida inteira.»
In contracapa Jacob & Beatriz
More info →Salvador Coutinho. Poeta, novelista, contista e romancista, comemora no presente mês cinquenta anos de vida literária.
More info →A cultura neutraliza as diferenças!
As da origem, da formação, da convivência e as da partilha!
E neutraliza tudo a partir da altura em que um ser, exactamente como eu ou como o leitor, teve consciência da morte como destino final!
Consciência que o transformou num humano, por saber entre outros a partilhar tal conhecimento!
Mas poder saber e sentir como os demais é também o caminho da empatia, a capacidade de cada um se poder colocar no lugar do outro e saber sentir como ele!
Esse é um mundo onde a informação tem pouco valor, por ser a experiência a permitir encontrar o tempo e a palavra certa para se aproximar do outro, o que lhe partilha o espírito até sem ele saber.
E aqui se conta a estória de dois homens afastados pelo nascimento, pela idade e pela vida, mas amigos por entenderem e respeitarem a valia das memórias, tudo achado atrás da porta desbotada pelo sol, de uma casa onde nunca chovia.
Atrás da porta, um consertava relógios e o outro passava por ali!
Na presente obra, tão-somente quero deixar as memórias, que me foram chegando e que de alguma maneira ficcionei. Sem querer ser pretensiosa porque, com tantas voltas que a vida dá, e mercê dos feitos, lembranças e consequências do nosso próprio tempo anterior ou presente, todos acabamos por ser um pouco de tudo e de algo mais, que a genealogia lega – povo, escravos ou trabalhadores, burgueses, nobres ou fidalgos, viajantes, sem abrigo ou sem terra (de sangue, de alma, de vida). Somos todos importantes, estamos todos misturados e temos todos uma missão ou apenas um papel.
Independentemente das origens, etnias, classes sociais... as diferenças notam-se, sem dúvida, nos atos e reações, em especial quando existem contrariedades (quando tudo é cor-de-rosa, la vie en rose é uma realidade). Mesclamo-nos, repetimo-nos, nascendo e renascendo no seio das mesmas famílias ou núcleo de amigos, a ver pelos apelidos.
E faço estas ligações como historiadora. Como sempre existirão outras verdades.
Helena Osório
A liberdade é coisa estranha…
Ali, no pequeno largo de onde partia a rua tão conhecida, no esconderijo de toca do pequeno banco de pedra sob o qual me agachava, encolhendo-me aos arrepios da humidade e dos sustos da noite, deixava que o eco daquelas palavras, ouvidas poucos dias antes, me preenchesse por dentro, como um mote silencioso e meditativo.
(…) Os outros, que eu não podia ver porque não me atrevia a espreitar, esperavam também, numa ansiedade oposta à minha. Ao fim de um tempo que não saberia medir, a escuridão silenciosa daquela hora tardia foi subitamente rasgada por um arrastar de passos vindo do extremo oposto da rua, calçada abaixo: alguém se aproximava.
(…) Nunca me sentira tão livre! Saíra de casa quase furtivamente, sem grandes explicações, percorrera sítios que mal conhecia, participara em conspirações dignas de romances de aventuras e acabara por meter por caminhos cuja frequência me era desaconselhada, tudo para acabar oculto ali, debaixo daquele banco de pedra, no largo próximo da oficina por onde sempre deambulara na inocência do dia claro.
(…) «E se tudo o que estamos a fazer for, afinal, errado?» Olhando o vulto daquele homem abandonado, tentei afastar da mente a pergunta repetida, insistente, polifónica. Combati-a com o único antídoto de que podia lançar mão, a resposta ensaiada para o caso de ser apanhado em qualquer momento da operação, ou mesmo depois de terminá-la: «Não me façam mal, eu não sei nada. Sou apenas uma criança…»
In Prólogo Coisa Estranha a Liberdade
More info →Este romance fala-nos da infância das horas intermináveis, da fantasia que trazemos no coração ao acreditarmos que o céu foi pintado de cor‑de‑rosa pela fada das nuvens, não contestando a ideia do sol ter poderes mágicos, capaz de nos transformar em heróis. Brincamos no auge do sonho, na convicção de que ele jamais se extinguirá. Afinal, somos apenas crianças a quem foi dito que tínhamos o tempo todo do mundo para crescer. Virtualmente teremos sempre algum caminho, algum trilho, algum rumo, como se o desnorteio nunca fosse total, como se a força que nos empurra para trás fosse exactamente a mesma que nos lança para a frente. E isso, seres perdidos ou prestes a perder-se, é algo que nem o fado lusitano consegue ditar. E assim vão as intempéries do ser.
More info →“Isaura Lopes, nascida no seio de uma família rica na fictícia aldeia transmontana de Montes Verdes, inicia o moldar da sua personalidade aos 14 anos quando o presente de um familiar distante lhe desperta o interesse pelos livros e pelo conhecimento. O destino fê-la professora. A narrativa inicia-se no ano de 1937, num Portugal recôndito, relatando a vida numa aldeia regida pelas leis das tradições vividas na época. A história tem três personagens centrais: a professora, regente numa escola primária do Estado Novo, um jovem acordeonista ladrão que se vê obrigado a instalar-se com a família numa aldeia desconhecida para fugir do seu passado e a sétima filha de um casal de agricultores, cedida pelos pais para ser criada por familiares, e que cresceu no meio da abundância sob a opressão de uma madrinha controladora e lunática. Os infortúnios e motivações de uma professora deslocada do seu tempo são a força motriz da narrativa, baseada nas tradições de um Portugal rural e antigo, onde as personagens que se cruzam com os protagonistas são o espelho de um país que já não existe, mas cujos ecos ressoam até hoje.”
More info →«Maria hoje e Maria há treze anos! Qual a diferença? O que
mudou? Que sonhos foram realizados e que sonhos ficaram
por realizar? Com algum suspense, drama e humor, AMAR
DUAS VEZES retrata a vida de Maria, uma mãe que acabou de
perder o marido, na casa dos 30, e que vive com a sua filha Mia.
É proprietária de um salão de chá, o “Doce Vida”. Personagens
do seu passado surpreendem-na no futuro e ao longo da sua
vida, esta mulher vê o mundo a dar voltas e voltas, mas a pôr
tudo no devido lugar! Quantas de nós somos Marias? E afinal,
pode amar-se duas vezes?»
“Mãe Solidão” retrata a vida de uma família destroçada pelo infortúnio de uma doença e de um acidente. que condicionará para sempre os sentimentos de uma mãe, cuja atitude se reflectirá para sempre na vida dos dois filhos sobreviventes. É esta mãe ausente, fria, distante e desequilibrada que Maria Alzira Cabral, dobra e desdobra nas páginas deste romance.
More info →Uma trama enquadrada nos problemas comuns da classe média a tentar superar dificuldades.
Estão patentes desafios de projetos construtivos, sustentabilidade e abertura de cooperação entre entidades autárquicas, de saúde comunitária e educação escolar, num zoom do interior alentejano. A narrativa é atravessada pelo enigma do desaparecimento de uma orfeonista numa digressão a países da América do Sul, regressada anos depois, graças ao seu filho ter vindo estudar Ciências Farmacêuticas para Lisboa e apostar continuar em Portugal. É notado o esforço de adaptação de Flor ao trabalho e retoma da fonética e expressão linguística, após anos de uma vida tão longe e diferente. A dada altura, desvendar o mistério de sua mãe torna-se o objetivo de Alberto que procura ajuda através de Rodrigo, antigo orfeonista que viveu o drama e agora o revive com todas as memórias e desmemórias…
“A família é a célula da sociedade e, apesar das crises problemáticas atuais, é ainda esta formação familiar que agrega parte dos cidadãos. Uma família bem estruturada é fundamental no que se refere à formação das crianças e dos jovens como futuros membros sociais.”
«Diana, Fátima e Margarida, três mulheres ligadas por um destino marcado pela dor, pelo sofrimento e por inúmeros dramas sociais, mas também e, essencialmente, pela ternura, pelo Amor e por um imenso espírito de união familiar que nos dá a esperança de que a família faz tudo valer a pena e que ser mãe é descobrir que o coração é um espaço infinito. Três histórias que convergem para um final inesperado e surpreendente.»
Aurora Araújo
In contracapa Três Mães, Um Destino
Quantas vidas temos, afinal? Quantas faces de nós mostramos ao mundo? A alma dá-nos uma identidade e nós arranjamos as aparências? Quero reconhecer quem sou, mas onde está a minha face?
More info →“O romance Súbria – A Fuga descreve uma aventura em que a capacidade de superação e a coragem são as características dominantes. Embora o seu enredo se desenrole num cenário resultante de uma catástrofe global, não se enquadra no tipo de romance apocalíptico/fantasista, onde a imaginação conduz o leitor para o irreal. Procura descrever homens e mulheres comuns, forçados a sobreviver num mundo que retrocedeu séculos. (...) Por culpa de ambições e devaneios desmedidos, o Ser Humano viu-se à beira da extinção após uma enorme calamidade global provocada por armas, tecnologias e doenças resultantes de experiências científicas mal-sucedidas. Vastas áreas da Terra tornaram-se estéreis e desabitadas. (...) Para os descendentes dos que sobreviveram, resta uma oportunidade de recomeço e de edificar um mundo onde os erros passados não sejam repetidos. Um mundo em que os homens possam prevalecer pela capacidade de construir e não de destruir.
Mas os erros repetem-se…”
«Os Esquecidos de Deus aborda o dia a dia miserável da maioria dos habitantes da região da Gândara, no início e em meados do Séc. XX, em contraponto com a vida dos mais abastados.
Francisco e Marta viveram durante anos naquela região, onde ambos tinham nascido e passado a sua infância. a amizade que os unia depressa se tornou em amor, mas terminada a instrução primária cada um seguiu o seu caminho: Marta foi frequentar um colégio particular em Coimbra enquanto Francisco frequentava o Seminário Menor, na Figueira da Foz.
Apesar de separados, nas férias encontravam-se na aldeia.
Quando Marta entrou na Faculdade de Medicina e Francisco no Seminário Maior de Coimbra perceberam que não poderiam separar-se, e Francisco deixou o seminário, para frequentar a Faculdade de Direito.
Mesmo contra a vontade dos pais de Marta, acabaram por casar, e foi tempos depois do seu casamento que a guerra rebentou em África, sendo Francisco destacado para Luanda, enquanto Marta regressava à sua aldeia para ali dar à luz o seu primeiro filho.
A meio da sua comissão uma mina fez ir pelo ar o carro de um dos grupos militares onde se encontrava Francisco, que não morreu, embora tivesse ficado durante muitos meses entre a vida e a morte, no Hospital Militar de Luanda, onde acabou por recuperar, regressando a Portugal, quando já ninguém esperava revê-lo.
Chegado a casa soube da morte da sua mulher, e o mesmo tipo de loucura que a levara, quase o contagiava, não fossem uma sucessão de acontecimentos e de pessoas, que o leitor descobrirá ao ler este belíssimo romance.»
In contracapa Os Esquecidos de Deus
More info →Primeiro romance de um dos mais promissores escritores dos nossos dias. O enredo do livro, aparentemente simples, convoca toda uma série de teias significativas, centradas nas problemáticas da morte e da mudança: morte de um homem, mas também morte de uma família e de um mundo: o velho de chapéu preto que, aos poucos, dá lugar a um mundo global e desumanizado.
More info →“É um facto que milhares de pessoas oriundas da China, do Vietname, de Cuba, entre outros países onde imperava o comunismo, estão hoje espalhadas pelo mundo, a sua maioria nos EUA. Foi de forma agonizante que deixaram os seus países de origem, ou os países onde viveram durante vários anos. Foi sobre esta gente que eu decidi escrever. Vou tentar transmitir, da forma mais real possível, os factos que me foram relatados por pessoas que viveram na pele, essa traumática experiência.
Maria Alice Gouveia”
«A água reflete no impercetível movimento o azul do fundo da banheira. Dispo-me antes de mergulhar na sua bênção. Olho o meu corpo nu cuja perfeição é um dos indícios da sua origem artificial. Reconheço o paradoxo que me anima: uma mente masculina num corpo tão feminino. No meu olhar revive o Narciso que se enamorou de si próprio ao ver o rosto refletido na água. O corpo que Ahed me emprestou é belo como o mármore das estátuas talhadas por mestres escultores. Assim se manterá durante vinte anos, o tempo de vida que com ele me foi concedido.
Afundo-me na banheira, mas não posso usufruir o prazer daquele momento com o vagar que ele exige já que o tempo comanda com mais premência a vida dos glamim do que a dos homens, pois eles conhecem desde o início o dia do seu fim.»
In contracapa Glamim - A Travessia
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